sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sessão de Fotos

Na semana que vem, iremos apresentar uma sessão de fotos do Desafio. Pretendemos mostrar um pouco das estradas e paisagens, bem como contar algumas histórias do desenrolar desta indiada. Fica aqui o convite:

O quê? Apresentação de fotos do Desafio Transcontinental Elipse
Software/LAST

Onde? Cherry Blues Pub - R. Marquês do Herval, 52

Quando? Quinta-feira, 16/outubro, às 20h

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Fotos da chegada

Logo após cruzar a fronteira, no passo Cristo Redentor; iniciando a descida.

A chegada em Viña del Mar, no calçadão na beira da praia

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Do Pacífico

Amanhecemos tardiamente na pousada em Los Andes. Aproveitamos o fuso-horário para dormir uma hora à mais; de qualquer forma o café da manhã seria servido somente às 8h30. Fazia outro lindo dia de sol; saímos de manga curta. Predominavam descidas no trajeto até Viña del Mar, mas um vento constante vindo da costa impedia que desenvolvessemos muita velocidade. Com os chilenos a comemorar a sua semana da pátria, com carros e casas adornados com bandeiras e as cores nacionais, Gilnei comprou uma bandeirinha para levar no guidão da bicicleta, o que rendeu várias saudações e gritos de "Viva Chile!" ao longo do caminho.

Enfrentamos um pequeno imprevisto ao descobrirmos que a Ruta 60, que no nosso mapa era uma estrada 'normal', havia sido transformada em uma autopista. Tivemos de colocar as bikes no carro para atravessar um túnel sem acostamento, mas fora isto, seguimos adiante. Descemos da autoestrada nos subúrbios de Viña del Mar, no que mais tarde descobrimos que era a avenida principal da cidade. Parada para um lanche-almoço em um posto de gasolina, antes de enfrentarmos o último trecho, com trânsito intenso e muitos ônibus nos bloqueando. Adentramos a avenida 1 Norte, ainda sem muita noção da distância até a praia. Passamos o centro, e comentamos que aquilo ainda não se parecia muito com uma cidade litorânea. Foi só quando avistamos alguns coqueiros que a ficha caiu - e daí já estávamos praticamente na praia. Chegamos!

Fotos, comemorações, abraços e telefonemas para casa. Procuramos um pedaço de areia para o nosso "cerimonial": molhar as rodas na água do Pacífico, coletar areia da praia, estourar um espumante - que foi bebida nas caramanholas das bicicletas. Festa! Nos instalamos no hostel "Che Lagarto", e depois de lavadas as bicicletas e os ciclistas, fomos procurar um bar local para um salmão com vinho chileno para dar prosseguimento às comemorações. Um brinde à travessia!

Os Andes, ou um quebra-molas a oeste

No domingo, novamente um lindo dia de céu azul, dirigimos até a primeira saída da autopista de Mendoza para iniciar nossa jornada pelos Andes, seguindo a recomendação dos ciclistas da região de evitar alguns subúrbios. Adentramos a Ruta Nacional 7, a grande artéria que liga Buenos Aires à Santiago, com um intenso tráfego de caminhões, e percorremos mais de 10km de falsos-planos até chegarmos às primeiras inclinações. Os aclives das serras pré-andinas eram longos, mas não muito íngremes; pedalamos juntos, com eventuais paradas para fotografias e reabastecimentos. Iniciamos a subida a Uspallata, passando ao total por 8 túneis neste trecho da estrada que, às margens do rio Mendoza, nos presenteava com vistas cada vez mais exuberantes do vale. Ao chegarmos ao centro da cidade, com 94 km completados e 1700m de altitude, Gilnei sugeriu pedalarmos por mais algum tempo para adiantar um trecho do dia seguinte, que originalmente teria 160km. O vento descia os Andes, que estavam diretamente à nossa frente, tornando o avanço bastante penoso. No final, depois de mais de uma hora, percorremos cerca de 20km, antes de embarcar no carro e descermos de volta para o hotel que a Luciana havia encontrado.

O trecho adiantado provou-se de grande vantagem no dia seguinte. Ventava muito quando iniciamos a pedalada na segunda-feira, pouco após as 10h30. O GPS marcava 1950m de altitude, e apesar do sol, as temperaturas eram baixas - todos iniciaram com pernitos e jaquetas. As montanhas altas de todos os lados tornavam difícil estabelecer uma referência das inclinações que estávamos subindo - ou descendo. Passamos o controle de Puente del Inca, a 2400m de altitude, onde fomos informados por um oficial que o trecho que havíamos percorrido até ali era "apenas o caroço da azeitona". Atravessamos a base de Los Penitentes, à 2800m; cruzamos a barreira dos 3000m, esperando uma "subida do mal", mas as inclinações permaneciam apenas moderadas. Quando chegamos a entrada do túnel Cristo Redentor, a 3200m, que marcava o ponto mais alto da travessia, Gilnei largou: "Los Andes cucurutu!" - a temida subida foi muito tranquila!

Os oficiais do pedágio antes do túnel vetaram a possibilidade de entrarmos de bicicleta, então tivemos de colocar as bikes no carro para os gélidos 3,5km de descida. Desembarcamos já do lado chileno, e descemos mais 4km até o complexo Los Libertadores, onde realizam-se os trâmites de aduana entre Argentina e Chile. Lá encontramos Mario Wickert, pai do Ricardo, que nos acompanhou enquanto preenchíamos formulários e recebíamos inúmeros carimbos de saída e entrada. Após quase uma hora de burocracias, finalmente fomos liberados para iniciar a descida de Los Caracoles, um conjunto de mais de 20 curvas que descem, serpenteando, a encosta dos Andes chilenos. Começava a entardecer, e continuávamos descendo, ainda que com inclinações agora já mais suaves. Chegamos ao centro de Los Andes ao cair da tarde, e na pousada "Los Juncos", localizada alguns quilômetros adiante, já quase no escuro. Depois dos banhos, saímos para um jantar onde nos permitimos já uma pequena comemoração com um vinho local. Falta pouco!

domingo, 14 de setembro de 2008

Do outro lado

Após a chegada em Minas Clavero, pedalamos até Lujan. O trajeto costeava a grande serra, mas as subidas foram poucas. Ao pararmos em Villa Dolores para nos orientarmos em um trevo, fomos abordados por Sergio, um ciclista muito prestativo, que se dispôs a nos acompanhar até cruzarmos para a província de San Luis. Trocamos endereços e camisetas antes de seguir.

Lujan é uma pequena cidade turistica ao pé da serra, com talvez 3 mil habitantes, um hotel e um dormitório, onde nos instalamos. O cansaço acumulado dos dias anteriores nos levou a decretar o dia seguinte como um dia de descanso - aproveitando assim a folga de um dia no cronograma que havíamos conquistado com algumas etapas mais longas nos dias anteriores. A quinta-feira foi então tomada por ciestas, alongamentos e massagens, além de pequenas incursões para conhecer o centro da cidade e o grande atrativo da região, o dique de Lujan, que forma um simpático lago entre altas montanhas.

Na sexta, embarcamos numa grande jornada através do nada. Percorremos 187km até Encon, atravessando o Parque Nacional da Sierra de las Quijadas. Após atingirmos o alto de um longo falso-plano, fomos presenteados com uma vista fantástica: avistamos os Andes pela primeira vez. A constatação de que não eram nuvens aquelas formas brancas no horizonte foi indescritível. Encon, por outro lado, nos desapontou. Além de um posto de gasolina e uma casa de correção, a cidade é um grande vazio estilo faroeste. A saída foi dirigirmos até Mendoza, que seria destino da próxima etapa, e no dia seguinte dirigir de volta para pedalarmos o trecho Encon-Mendoza.

Este trecho, percorrido no sábado, foi um verdadeiro deleite. Os ventos favoráveis levaram a media horária para mais de 33 km/h, e assim chegamos quase uma hora adiantados. Tivemos nesta etapa a companhia de Daniel e Martin, ciclistas da região que nos escoltaram até a entrada da cidade. Escrevemos agora do hostel Campo Base, de onde partiremos em breve para a primeira etapa andina, rumo a Uspallata. Até breve!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mais umas fotos

Escalada para Altas Cumbres, saindo de Córdoba.

Chegada em Mina Clavero, após a descida já no escuro.

No dia seguinte, costeando a serra em direção a Lujan (San Luis).

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Montanhas.

Depois de 200km vindos de San Francisco, esperávamos que os 135 km de Córdoba até Mina Clavero seriam um "descanso". Tomamos algumas cervejas, levantamos tarde, e nos enganamos redondamente.

Fizemos um levantamento de informações sobre o trajeto das diversas etapas. Vimos que Córdoba tinha uma cadeia de montanhas à Oeste, e fomos atrás. A resposta que nos deram foi nas linhas de "sobe um pouco, mas nada excessivamente íngreme ou alto como os Andes" - o que nos levou a imaginar algum serrito com 600 ou 700m de elevação. O que descobrimos foi que a cadeia de montanhas ao largo de Córdoba eleva-se a mais de 2.200 metros - realmente, ainda uma fração dos Andes, que atingem mais de 6 mil metros, mas muito mais que as tradicionais subidas até Nova Petrópolis ou Gramado, por exemplo.

Partimos de Córdoba às 12h40, com sol alto e forte, e temperaturas na casa dos 30 graus. As primeiras subidas, após passarmos Carlos Paz, foram escaldantes, nos levarando a mais de mil metros de altitude (medidos pelo GPS do Vitório - valeu Bunitão!). O que nos surpreendeu foi, ao atingirmos o alto destas, enxergarmos uma cadeia ainda maior e, após algumas descidas e intesecções, constatarmos que teríamos de passar por elas para chegar em Minas Clavero. O nosso pedal de "descanso" havia se transformado em uma escalada épica, com quase 50km subindo a fio até a localidade de El Condor.

Após enchermos os olhos com vistas deslumbrantes de toda a região, iniciamos a descida pelo outro lado da serra ao entardecer. No percurso, encontramos gelo (!) nas encostas e mesmo na pista. Fizemos uma parada ainda no alto para colocar jaquetas, luvas e outros apetrechos para o frio que passaríamos em seguida. O sol se punha quando avistamos as luzes de Minas Clavero e Cura Bochero, ainda distantes muitos metros abaixo. A Lu colocou-se, imediatamente, atrás de nós e ajudou na iluminação da descida com os faróis altos do carro de apoio. Ao cruzarmos um veículo da Policia Caminera, ganhamos uma escolta inesperada: os policiais retornaram e postaram-se logo atrás de nós, sinalizando para os outros veículos e iluminando placas de sinalização. Descemos com nossos "batedores" até a entrada de Minas Clavero, cujas ruas iluminadas adentramos pouco após as 20h30. Bikes no carro, encontramos um simpático hotel nesta que é uma cidade turística de grande ocupação no verão, mas praticamente deserta no restante do ano.

Jantamos num delicioso restaurante de Parrillas, onde fomos atendidos pelos simpáticos donos do estabelecimento e comemos massas e carnes para recuperar as energias gastas na inesperada subida.

Fotos - rapido e rasteiro

Saindo do hotel em Uruguaiana, direção ponte internacional
A etapa de Santa Fé - San Francisco, que a Lu pedalou alguns quilômetros.
Marcando a posição dos mil quilômetros.

Jantar no Círculo Italiano em Santa Fé.

Audax Córdoba!

Lindo dia de sol com temperaturas amenas em San Francisco. Café da manhã no hotel, onde conhecemos Carlos e Alessandro e conversamos bastante sobre o Desafio. Carlos é triatleta e Alessandro rema; mencionamos a curiosidade que a Elipse também patrocina uma equipe de remo e que um amigo, que iria participar do Desafio, esteve recentemente em Valparaíso/Viña del Mar em uma competição de remo, que o Alessandro também havia participado. Mundo pequeno...

Havíamos decidido por percorrer os 205km entre San Francisco e Córdoba. O plano original era fazermos em dois dias, mas como tivemos de encurtar em um dia a chegada em Viña del Mar, e sendo terminantemente vetada a hipótese de neutralizarmos um trecho (ou seja, percorre-lo de carro), restou uma etapa-rainha - um Audax no meio do Desafio :) .

As condições favoráveis ajudaram bastante. Percorremos 120km pela manhã, antes de pararmos em Transito para uma massa feita no nosso fogareiro, atrás de uma igreja. À tarde, restavam apenas 80-e-pouquinhos até Córdoba, e com a "Grande Curva" após Rio Primero (faltando cerca de 50km), o vento predominantemente lateral passou a bater pelas costas, e a média horária subiu bastante. Chegamos a rodar à mais de 45km/h antes do acesso principal à cidade, com suas subidas, nos trazer de volta para velocidades mais amenas.

Viemos direto para o nosso albergue, o Córdoba Backpackers. Quartos limpos e gente de várias nacionalidades, é um ambiente muito legal. Após a rotina de banho e rápida reposição calórica, saímos a caminhar pela noite para procurarmos um restaurante, que infelizmente descobrimos que fecha nas segundas-feiras. A saída foi um bar próximo ao hostel, onde pizzas e hamburgueres e algumas cervezas Quilmes marcaram a comemoração da etapa. Terminamos com algumas partidas de sinuca e mais cervejas já de volta ao albergue - pelo visto a etapa hoje vai começar um pouco mais tarde.

domingo, 7 de setembro de 2008

De retas e vento

Amanheceu um lindo dia de céu azul em Sauce de Luna, porém o sol não evitava temperaturas ainda baixas no início da manhã. Café no quarto com as provisões adquiridas no dia anterior e logo nos colocávamos em movimento, pelo terceiro dia na Ruta 127. O vento, às vezes lateral, mas em geral frontal, manteve a média baixa. O percurso foi largamente "mais do mesmo", pequenas coxilhas e longas retas atravessando campos e pastagens que se estendiam até o limite da vista. Isto só se alterou nos últimos 20 ou 30km, conforme nos aproximávamos do centro urbano de Paraná-Santa Fé. Pedalamos até o pedágio do túnel subfluvial que atravessa o rio Paraná, mas fomos impedidos de atravessá-lo pelos funcionários da rodovia. A saída foi colocar as bikes no carro e dirigir até o centro de Santa Fé.

Rodamos - no carro - por algum tempo até achar um hotel que aceitasse nossas bicicletas e não cobrasse um valor exorbitante por um pernoite. Acabamos no Hotel Royal, à cerca de uma quadra do terminal rodoviário. Os ambientes claustrofóbicos, o banheiro compartilhado e as baratas no quarto foram, de certa forma, compensados pelo amigável atendimento do sr. Alberto. Contrapondo-se à nossa hospedagem, nosso jantar foi cinco estrelas. Com uma(s) garrafas de Malbec da Finca La Linda, brindamos no "Círculo Italiano" enquanto comíamos massas e peixes deliciosos.

A etapa de domingo foi muito tranqüila. Nos primeiros quilômetros, tivemos a companhia da Lu, que pedalou exatos 0.5% da distância do Desafio. Ela aproveitou a bicicleta do Kassick, que optou por dar uma folga para seus joelhos e acompanhar a etapa no carro de apoio. O vento favorável ao longo da maior parte da grande reta entre Santa Fé e San Francisco, as temperaturas amenas e a distância de cerca de 130km ajudaram a fazer desta a etapa mais rápida até agora, com uma média horária de 31.1 km/h, feito celebrado imensamente pelo Gilnei. Nos instalamos no simpático Hotel Canadian, que finalmente nos proveu com acesso wireless para que pudéssemos atualizar a todos com estas novidades. À Córdoba!

En Argentina!

A quinta-feira amanheceu cinzenta e fria em Uruguaiana. Pedalamos do hotel até a ponte internacional, a quak atravessamos de bicicleta (experiência fantástica) - mas tivemos de desmontar e colocá-las no carro para passar os controles de imigração argentina. Os trâmites demoraram um pouco: até verificarem toda a nossa papelada e fazermos as devidas declarações alfandegárias, já eram mais de 11h. Percorremos cerca de 5km ainda de carro, até livrarmos a saída do complexo de aduana. A idéia era passarmos o primeiro entroncamento de rutas para garantir que estaríamos todos, ciclistas e carro de apoio, na direção correta.

Soprava um constante vento leste - do leste, para o oeste, portanto favorável ao nosso trajeto como um todo - mas infelizmente naquele dia nosso percurso era predominantemente para o sul. Brigamos com o vento lateral ao longo dos mais de 140km até San Jaime de la Frontera, além dos caminhões, que foram inúmeros durante o trecho da Ruta 14 (aprox. metade da etapa). De forma geral, os caminhoneiros foram bem simpáticos e sempre abriram bastante para nos ultrapassar, soltando uma buzinada de saudação ao passar; apenas em uma ou duas situações tivemos de "jogar pro mato", quando vinha tráfego nos dois sentidos.

Chegamos em San Jaime de la Frontera, cidade com cerca de 5 mil habitantes, ao cair da tarde; nos hospedamos em um hotel de mesmo nome do lugarejo, num quarto minúsculo com dois beliches e um despejador de água quente no lugar do chuveiro - encharcando tudo no banheiro a cada banho. Visitamos o "cyber café" para uma rápida olhada na correspondência eletrônica e jantamos numa pequena lanchonete onde, com uma cerveza Quilmes, comemoramos in absentio o aniversário da Carol, que fez nosso apoio nas três primeiras etapas.

Na sexta-feira, seguimos pela Ruta 127 de San Jaime até Sauce de Luna. Fazia frio e o céu encoberto do dia anterior trazia nuvens cada vez mais escuras. Pegamos alguns trechos de chuva, mas esta foi sempre fraca e, com o vento, a estrada permanecia seca. Longos trechos de retas e leves coxilhas; poucos caminhões. Cerca de 70km etapa adentro, celebramos a marca de mil quilômetros pedalados - marca celebrada com um logotipo da LAST no asfalto. Chegamos em Sauce perto das 16h, sendo surpreendidos pelo hotel que, localizado no posto de gasolina na entrada da cidade, tinha instalações modernas e espaçosas - surpreendente para uma cidade de não mais que 10 mil viventes. Depois de fazermos compras nos mercados e farmácias do centro, jantamos num "comedor" - um restaurante popular que oferece apenas uma opção de menu. Ah, sim: finalmente conseguimos utilizar nossa água oxigenada para descolorir os cabelos. Não deu tempo de pintá-los com as cores alusivas ao desafio, mas o novo visual loiro ficou bem interessante. Kassick foi o único que ainda não aderiu, mas isso quem sabe ainda vem numa etapa seguinte...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Tour do Pampa Gaúcho

Alas pucha!
Não foram um, mas sete, os ginetes a cavalo que cruzamos no caminho entre São Pedro do Sul e Alegrete. Corrigida a letra da música.

O trecho de São Pedro do Sul até Alegrete foi bastante duro. Além da distância - 173km - um sol de verão, com temperaturas chegando a 34 graus, castigou-nos ao longo do percurso. A isso somou-se um vento lateral durante boa parte do percurso, que só aliviou nos últimos 30 ou 40 km antes do Alegrete. Consumimos alguns galões de água, além de diversos Gatorades e Coca-Colas e sachês de sal, antes de comemorarmos, no final, ao cruzarmos o rio Ibirapuitã. Nos hospedamos em um pulgueiro hotel de baixo custo próximo, que mais parecia um antiquário. Cozinhamos uma massa com atum e sardinhas e a Lu, que ainda tinha gás, saiu para uma volta pelo centro da cidade; o Ricardo ainda tentou uma caminhada, mas logo se juntou ao Gilnei para se recolher cedo. Kazic avisou que chegaria só no dia seguinte, e tocaria direto para Uruguaiana.

A etapa Alegrete-Uruguaiana foi um alívio se comparada à do dia anterior. A distância era um pouco menor (155km), e as temperaturas mais amenas e o vento favorável facilitaram bastante. Chegamos à cidade e tocamos direto até a ponte internacional para algumas fotos, acreditamos que poderemos cruzar de bicicleta mesmo amanhã (a alternativa é colocar as bikes no carro para atravessar a fronteira). Uma rápida busca nos trouxe ao presente hotel, onde almoçamos uma massa com molho branco. Lavamos roupas, massagens, emails, etc. Encerro: Kazic ligou agora da Rodoviária, após ele se instalar, vamos atrás de uma janta...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Três dias depois...

5 pneus furados, 22 bananas, 452km ... até aqui, ainda não é bem inteiramente uma indiada: depois do banquete na casa da família Kassick, no domingo percorremos 130km até a cidade de Candelária. As condições foram novamente excelentes, com céu limpo e temperaturas em elevação. Retornamos para pernoitar em Santa Cruz do Sul, onde nossos apoiadores da Faccin Bicicletas nos conseguiram excelentes acomodações em um hotel no centro da cidade. Após um almoço tardio, com direito a um chopp para comemorarmos os primeiros 10% do trajeto completos, fizemos uma ciesta e um depois um passeio pelo centro para comermos um sorvete de janta.

Hoje, o percurso nos levou de Candelária até São Pedro do Sul, cerca de 50km após Santa Maria. Tempo bom, com um pouco mais de nebulosidade, que se transformou em um mormaço perto do meio dia, já bastante quente. Enfrentamos um trecho de cerca de 30 ou 40km com pavimentação terrível pouco antes da chega em Santa Maria, mas o asfalto melhorou muito após a passagem pela cidade. Almoçamos um "ala minuta" em um posto na entrada de S. Pedro, e retornamos então (de carro) para Santa Maria, onde aproveitamos o apoio que recebemos do hotel Continental. No final da tarde, a Carol embarcou de volta à Porto Alegre; as funções do carro de apoio são agora assumidas pela Luciana.

Depois de um lanche no quarto do hotel com pães e bolos comprados no supermercado ao lado, fizemos uma série de pequenos reparos nas bicletas, para consertar os pneus, ajustar um câmbio e lubrificar uma caixa de direção que estava estralando - o percurso realmente castigou o equipamento. Ainda pegamos um McDonalds e agora a rotina de banho - TV - cama. Amanhã, rumamos para o berço da famosa canção gauchesca; mas este que vos escreve deixará para um comentário as manifestações artísticas imaginadas durante as últimas pedaladas...

sábado, 30 de agosto de 2008

A caminho

Disse Amyr Klink que "pior que não terminar uma viagem é nunca partir". Com essa frase em mente, foi uma grande alegria finalmente dar as primeiras pedaladas pelas ruas de Balneário Pinhal. Após uma semana de muita expectativa e inúmeras correrias para todos os participantes, levantamos neste sábado para dirigirmos até o Litoral. A ida não foi sem alguns percalços na organização dos volumes no carro (apesar dos inúmeros ensaios que fizemos ) ou pequenos episódios como um porta-malas mal-fechado se abrindo e quase deixando para trás algumas malas e mochilas.

Às 10h da manhã, sob um céu de brigadeiro, desmontamos as bicicletas do rack e fizemos o pequeno cerimonial de 'batizá-las' no oceano Atlântico, além de várias sessões de fotos com os amigos e familiares que haviam comparecido para nos ver partir. Pouco mais de meia hora depois partimos pela RS 040 rumo a Porto Alegre, na companhia de Mauricio Fleck e Gean Oliveira, ciclistas da equipe que foram nossos 'batedores' no primeiro trecho da viagem.

O dia proporcionou condições ideais para a pedalada, com vento muitas vezes de cauda e temperaturas amenas. Ao passarmos por Porto Alegre, após nos despedirmos de Gean e Fleck, Luiz Silveira juntou-se ao pelotão, nos acompanhando em uma parada rápida na Lancheria do Parque para um lanche rápido antes de atravessarmos a ponte do Guaíba na última perna desta etapa, que nos trouxe até Charqueadas. Aqui, fomos recebidos pelos pais do Kàzic, de onde escrevemos este relato. Até a próxima!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Biografias

Conheça um pouco mais sobre os atletas que percorrerão as estradas do Desafio:

- Gilnei "Chefe" Oliveira, 34 anos, 1m85 e 82kg, natural de Novo Hamburgo. Formado como técnico-mecânico, atua no ramo eletrotécnico à frente da Comercial Elétrica Medeiros, instaladora elétrica na região do Vale dos Sinos. É o mais experiente ciclista do grupo, tendo acumulado mais de 12 temporadas encabeçando a equipe Last Sprint Team, com diversas vitórias graças ao seu poderoso sprint final. Fará a viagem em uma Scott Speedster S20, com grupo Shimano 105 e rodas Shimano WH R10.

- Ricardo "Whiskas" Wickert, 25 anos, 1m88 e 72kg. Natural de Porto Alegre, mestre em Física e ciclista especialista em contra-relógios, é o atual campeão da Copa União/Gatorade, além de ter figurado, por diversas ocasiões, como melhor gaúcho no ranking nacional da modalidade. Após o Desafio, torna a arrumar as malas para iniciar seu doutorado junto ao Instituto Max Planck para Física da Luz, em Erlangen, na Alemanha. Deixará sua Cervelo em casa e fará a viagem a bordo de uma Basso Devil, com grupo Campagnolo Centaur e rodas Campagnolo Eurus.

- Rodrigo "Kàzic" Kassick, 26 anos, 1m74 e 58kg. Nascido em Porto Alegre, cresceu na cidade de Charqueadas, e hoje é mestrando em Ciências da Computação junto ao Grupo de Processamento Paralelo e Distribuido (GPPD). Traz na bagagem sua experiência como cicloturista. Competidor desde 2007, possui em seu currículo diversas participações nas provas de resistência da série Audax. Pedalará com sua nova bicicleta BTwin Sport4, com grupo Shimano 105 e rodas Mavic Aksyum.

A equipe contará com o apoio da 'Dotôra' Luciana Brusco, advogada de bolso e motorista do grupo, responsável por diversas etapas do planejamento logístico da travessia. Haverá também participações especiais: Carolina Chiao acompanhará as primeiras etapas da travessia, enquanto Mario Wickert irá juntar-se ao grupo em Santiago para fazer junto a viagem de volta.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Bem-vindos ao Desafio!

Como alguns de vocês já sabem, no final de agosto partiremos (Gilnei "Chefe" Oliveira, Ricardo "Whiskas" Wickert e Rodrigo "Kàzic" Kassick, além da motorista do veículo de apoio, Luciana "Devogada" Brusco) de Balneário Pinhal (RS), rumando a Viña del Mar, no Chile, unindo o oceano Atlântico ao Pacífico no 'Desafio Transcontinental Elipse Software/LAST'.

Planejamos 19 dias de pedal; a saída se dará no dia 30 de agosto. Iremos cobrir entre 100 e 160 km por dia, variando conforme terreno e proximidade a cidades com estrutura para pernoite, etc. O Desafio é apoiado pelos patrocinadores da nossa equipe, Elipse Software e Comercial Elétrica Medeiros.

Em breve aqui maiores detalhes, biografias dos atletas, informações sobre equipamentos, o trajeto, além, é claro, da narrativa completa do desenrolar da aventura.