terça-feira, 9 de setembro de 2008

Montanhas.

Depois de 200km vindos de San Francisco, esperávamos que os 135 km de Córdoba até Mina Clavero seriam um "descanso". Tomamos algumas cervejas, levantamos tarde, e nos enganamos redondamente.

Fizemos um levantamento de informações sobre o trajeto das diversas etapas. Vimos que Córdoba tinha uma cadeia de montanhas à Oeste, e fomos atrás. A resposta que nos deram foi nas linhas de "sobe um pouco, mas nada excessivamente íngreme ou alto como os Andes" - o que nos levou a imaginar algum serrito com 600 ou 700m de elevação. O que descobrimos foi que a cadeia de montanhas ao largo de Córdoba eleva-se a mais de 2.200 metros - realmente, ainda uma fração dos Andes, que atingem mais de 6 mil metros, mas muito mais que as tradicionais subidas até Nova Petrópolis ou Gramado, por exemplo.

Partimos de Córdoba às 12h40, com sol alto e forte, e temperaturas na casa dos 30 graus. As primeiras subidas, após passarmos Carlos Paz, foram escaldantes, nos levarando a mais de mil metros de altitude (medidos pelo GPS do Vitório - valeu Bunitão!). O que nos surpreendeu foi, ao atingirmos o alto destas, enxergarmos uma cadeia ainda maior e, após algumas descidas e intesecções, constatarmos que teríamos de passar por elas para chegar em Minas Clavero. O nosso pedal de "descanso" havia se transformado em uma escalada épica, com quase 50km subindo a fio até a localidade de El Condor.

Após enchermos os olhos com vistas deslumbrantes de toda a região, iniciamos a descida pelo outro lado da serra ao entardecer. No percurso, encontramos gelo (!) nas encostas e mesmo na pista. Fizemos uma parada ainda no alto para colocar jaquetas, luvas e outros apetrechos para o frio que passaríamos em seguida. O sol se punha quando avistamos as luzes de Minas Clavero e Cura Bochero, ainda distantes muitos metros abaixo. A Lu colocou-se, imediatamente, atrás de nós e ajudou na iluminação da descida com os faróis altos do carro de apoio. Ao cruzarmos um veículo da Policia Caminera, ganhamos uma escolta inesperada: os policiais retornaram e postaram-se logo atrás de nós, sinalizando para os outros veículos e iluminando placas de sinalização. Descemos com nossos "batedores" até a entrada de Minas Clavero, cujas ruas iluminadas adentramos pouco após as 20h30. Bikes no carro, encontramos um simpático hotel nesta que é uma cidade turística de grande ocupação no verão, mas praticamente deserta no restante do ano.

Jantamos num delicioso restaurante de Parrillas, onde fomos atendidos pelos simpáticos donos do estabelecimento e comemos massas e carnes para recuperar as energias gastas na inesperada subida.

8 comentários:

Pedro Kiefer disse...

Carnes?? O ricardo deixou de ser vegan! \o/ eiuaheiuahe

Monica Mayer disse...

Tu ve, e eu que achava que em epocas de google maps e outros gadgets interneticos nao fosse mais possivel ser surpreendido por montanhas de 2.200 metros! :)

Whiskas disse...

Enquanto os demais se deliciavam com os pedaços de animais mortos, eu comi um delicioso ravioli com molho de queijo. Por isso massas E carnes.

Lucas disse...

Bá, dessa vez não foi fácil achar a estrada por onde vocês passaram! ;o) Mas despues de dos oras e muita releitura do post, deu pra entender por onde foi.

Planícies para vocês nas próximas etapas, pelo menos até a cordilheira... que de repente até já dá pra ver depois de hoje, ou não?

Abraços...

Mir disse...

muito afudê os relatos!
aproveitem!

ah, sem comentários esses cabelos loiros...

!!!

Rodrigo Hart Fagundes disse...

Parabéns pelos relatos, especialmente este último das montanhas, e mais ainda pelo bom planejamento da viagem. Boa sorte!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Vocês já estão sabendo quem resolveu tirar a poeira da bike parada na garagem e voltar a correr umas "provinhas" ??